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Capítulo 1 | Hugo e Joana

 

- Olha Teresa, não sei como te agradecer. Vou combinar tudo com o Duarte e, para a semana, vamos a Lisboa levar o Hugo. E agradece também ao Quim… Beijinho!

Sofia desligou o telemóvel e olhou para o filho, sentado no sofá azul em frente a ela.

- Está tudo combinado! Para a semana vais para Lisboa, o Quim e a Teresa disponibilizaram-se para que fiques em casa deles.

Hugo sorriu. Tinha entrado no curso de Ciências do Desporto da Faculdade de Motricidade Humana e os tios Joaquim e Teresa iriam alojá-lo em sua casa. Menos uma despesa para os seus pais!

- Boa! – respondeu animado.

A ideia de sair da Guarda e ir viver para Lisboa trazia-lhe sentimentos contraditórios. Por um lado, estava contente por ir começar uma nova etapa da sua vida, conhecer outras pessoas e todo um mundo diferente daquele a que estava habituado. Por outro, viver longe dos pais parecia-lhe um pouco estranho. Nunca estivera muito tempo afastado deles e da sua zona de conforto. E havia ainda a Joana…

A mãe levantou-se e deu-lhe um beijo na testa.

- Agora tenho de ir! Ao jantar falamos com o teu pai e combinamos tudo.

- Ok mãe!

Ela abandonou a sala e, segundos depois, Hugo ouviu a porta de casa fechar-se. Pegou no telemóvel e marcou o número da Joana.

- Olá!

- Olá Hugo! Tudo bem!

- Sim! Queres vir cá a casa? Precisava de falar contigo!

- Algum problema?

- Não, mas passa por cá pode ser?

- Ok, dá-me dez minutos e estou aí! Beijoca.

- Beijo. Fico à tua espera.

Conhecia a Joana há muitos anos, desde pequenos que faziam parte da mesma turma. No último ano tinham começado a passar mais tempo juntos e acabaram por se envolver numa relação mais próxima. Podia dizer-se que “andavam” um com o outro embora nunca tivessem tido nenhum envolvimento íntimo relevante. Uns beijos e umas carícias mais ousadas tinha sido tudo o que acontecera até então. Ela era muito bonita e tinha um corpo torneado que deixava os rapazes de olhos colados às suas curvas sensuais. Apesar de todo o fascínio que emanava, era recatada e sempre pusera travão às investidas mais ardentes que ele tentara levar a cabo. A sua ida para Lisboa significava que deixaria de a ver de forma regular, algo que lhe iria custar bastante. Na verdade, era o que mais lhe iria custar!

A campainha da entrada tocou, fazendo-o despertar dos seus pensamentos. Dirigiu-se ao hall e abriu a porta. Lá estava ela, com um sorriso desarmante e com todas aquelas ondas de sensualidade que se desprendiam do seu corpo. Vestia umas calças de ganga justas e uma blusa de alças vermelha, que deixava adivinhar as marcas do soutien.

- Olá, entra!

Ela deu dois passos em frente e ele fechou a porta. Sem aviso abraçou-a e beijou-a na boca, apanhando-a de surpresa. Sentiu que o corpo dela se retraía.

- Estamos sozinhos, os meus pais não estão em casa.

A informação relaxou-a e ela correspondeu ao beijo enfiando a língua entre os seus lábios. Aproveitou e sugou-a, saboreando a textura húmida e macia daquela carne que o deixava sempre com vontade de provar mais.

O beijo foi demorado e as mãos dele foram descaindo até aprisionarem o rabo duro, acariciando-o. Ela afastou a boca e, com a voz ofegante afastou-se.

- Calma!... Estás muito animado!

- Tu deixas-me sempre muito animado!

Sentiu o corpo dela esquivar-se.

- Eu sei! Mas é melhor respirares fundo e esfriares esse entusiasmo!

- Ok… ok. Anda até à sala.

Sentaram-se no sofá e ele olhou-a. Decidiu que o melhor era ser direto.

- Para a semana vou para Lisboa!

Ela olhou-o, com uma expressão séria. A notícia não era uma novidade total, ambos sabiam que ele iria em breve abandonar a Guarda. Mas agora esse abandono começava a ter data marcada.

- Para a semana?

- Sim. A minha mãe esteve a falar com a minha tia Teresa, vou ficar em casa dos meus tios. Sempre se poupa no alojamento!

- Claro! E acabas por estar com pessoas da família.

- Sim, embora não os conheça muito bem. Eles viveram muitos anos nos Estados Unidos, o meu tio trabalhou numa empresa que tinha lá uma sucursal. Voltaram há menos de um ano. Eu já não os vejo há uns seis anos. Devia ter uns doze ou treze anos da última vez que nos encontrámos!

- A tua tia Teresa é irmã da tua mãe?

- Não, o irmão é o marido, o meu tio Joaquim. Eles tiveram um bebé há pouco tempo, acho que tem mais ou menos um ano.

- Então ainda são novos.

- Sim. O meu tio Joaquim é o irmão mais novo da minha mãe. Acho que deve ter uns trinta anos. Eu sei que ele foi para os Estados Unidos ainda muito novo, tinha acabado de casar. A minha tia Teresa deve ter uns vinte e oito ou vinte e nove.

- Grandes novidades! – disse a Joana com um sorriso triste.

- Vou ter saudades tuas!

Pegou-lhe nas mãos e levou-as aos lábios, beijando-as.

- Muitas saudades tuas!

- Eu também!...

Houve um momento de silêncio entre os dois. Ela aproximou o rosto do dele e beijou-o levemente nos lábios.

- Mas já sabíamos que isto ia acontecer!

- Pois já!

- E vamos ver-nos nos fins de semana em que vieres cá acima… e nas férias!

- O que não significa que não esteja já com saudades tuas!

- Isso passa-te depressa. Vais conhecer uma montanha de miúdas giras lá em Lisboa. Para mais um gato como tu, com esse corpo bem definido! Vais ser um sucesso entre as meninas da capital.

- Pois pois… e tu com essas curvas todas aqui na Guarda sem mim, vão ser só abutres à tua volta para te devorarem!

- Eu não me deixo devorar facilmente!

- Eu sei! Já tentei várias vezes e nunca consegui!

Ela riu-se numa gargalhada contagiante. Mas era verdade, todas as tentativas de contactos mais íntimos que ele desencadeara tinham embatido numa muralha intransponível.

- Como vês, sou suficientemente forte para tomar conta de mim!

Ela pousou a cabeça no seu colo e esticou as pernas deitando-se no sofá. Agarrou-lhe na mão e puxou-a, colocando-a em cima da sua barriga.

- Em que dia da próxima semana vais?

- Ainda não sei. Logo à noite vamos combinar. As aulas começam daqui por quinze dias, vou uns dias antes para ver se preciso de comprar alguns livros e materiais, e também para me ambientar. Tenho de ver os transportes que vou ter de usar, enfim, conhecer um pouco da cidade.

- Gostava que tivesses mesmo saudades minhas! – murmurou ela olhando-o.

Ele sorriu. A mão acariciou-lhe a barriga, por cima do tecido da blusa fina e subiu ligeiramente, roçando-lhe o início da curva dos seios. Ela já o tinha deixado acariciar o peito, mas sempre por cima da roupa e apenas durante breves segundos. Naquele momento, Hugo hesitava em avançar para uma carícia mais ousada. Não queria que ela encarasse a sua atitude como um aproveitamento da situação ou uma pressão pelo facto de estarem a poucos dias de se separarem. Mas o olhar dela, fixo no seu rosto, parecia emitir um convite para que ele a tocasse. Seria mesmo assim, ou tratava-se da sua imaginação a divagar e a forçar as coisas, tentando tornar real aquilo que não era mais do que o seu desejo?

Fez um leve movimento com a mão, subindo-a um pouco mais. Ela não reagiu e sorriu-lhe. Claramente estava a perceber o dilema dele.

- Podes!... – disse-lhe num convite a que a sua mão continuasse.

O coração dele bateu mais depressa ao ouvir aquela autorização. Acariciou-lhe o peito, percorrendo-o devagar. Imaginou como deveria ser bonito, há muito tempo que ele sonhava poder vê-lo nu, que fantasiava sobre a forma dos seus mamilos. Seriam pequenos ou com uma rosácea mais larga? E qual o seu tom? Um rosa suave, ou um tom mais escuro a roçar o castanho? Imaginara centenas de vezes a textura dos seus mamilos, já se excitara com aqueles devaneios e chegara a tocar-se envolvido nesses pensamentos, explodindo em orgasmos intensos mas sempre incompletos pela ausência física daquele corpo que o atormentava.

Ela mantinha-se imóvel enquanto ele ia viajando pelo relevo do seu peito.

- És tão bonita! – murmurou, apertando um dos seios.

- Achas?

- E tens dúvidas? Nem sabes quantas vezes desejei o teu corpo… nem que fosse poder vê-lo por uns breves segundos.

- Já te masturbaste a pensar em mim?

A pergunta apanhou-o de surpresa. A mão imobilizou-se e ele ficou sem saber o que responder. Ela continuava a olhá-lo.

- Então? Só há duas respostas possíveis! Ou sim… ou não…

- Já…

- Podes continuar a fazer festinhas!

Hugo percebeu que a sua mão se imobilizara em cima do peito dela e recomeçou a acariciá-lo.

- Sabes… uma das coisas de eu tenho pena foi de nunca te ter podido ver nua!

- Eu sei… aliás, várias vezes tive de te acalmar em relação a isso! Ainda me lembro de teres entrado no balneário feminino do ginásio da escola para me ires espreitar no duche! Lembras-te?

Ele riu-se.

- Claro que me lembro, estavas lá tu a e Carolina. E a Carolina deu por mim mal entrei e começou aos gritos. Tive de fugir à pressa! Não só não vi nada como quase fui apanhado…

Ela deu um jeito ao corpo e num movimento rápido despiu a blusa. Ficou apenas com o soutien branco vestido.

- Continua…

Hugo sentiu o pénis crescer. Ela tinha a cabeça pousada no seu colo e, certamente, sentia aquele volume que se ia tornando cada vez mais ostensivo. A mão acariciava agora o tecido branco, última barreira que a separava do tesouro que ele tantas vezes idealizara.

- Não há o perigo dos teus pais chegarem?

- Não. A minha mãe saiu há cerca de meia hora e só volta pela hora de jantar. E o meu pai também só vem mais ao fim do dia.

Os dedos roçaram-lhe o sulco entre os seios.

- És macia…

- Olha… vou satisfazer parte da tua vontade de me veres nua. Mas tens de me prometer que controlas a tua excitação, ok?

- Sim, só vou até onde deixares.

- Isso mesmo. Eu estou aqui a sentir um volume muito suspeito debaixo da minha cabeça! Por isso tens de mesmo te conter.

Como ele tinha calculado, a dureza do seu pénis não tinha passado despercebida!...

Joana levantou a cabeça e sentou-se no sofá ao lado dele. De seguida, colocou-se de pé e deslocou as mãos para trás das costas, num gesto que ele percebeu ser o de desapertar a mola do soutien. Susteve a respiração enquanto a olhava, hipnotizado.

- Vais ser o primeiro homem a quem eu me vou mostrar!

Hugo engoliu em seco. Também ele nunca vira uma mulher assim à sua frente. Já vira muitas em filmes e na net, mas ao vivo era a primeira vez. Reparou que as mãos dela, pousadas em cima dos seios, seguravam agora o tecido branco. O soutien estava desapertado e, num gesto lento, deixou cair as alças. Bastava agora afastar as mãos para que aquele peito se revelasse.

Quando, finalmente, ela baixou os braços e a peça branca mergulhou em direção ao solo, Hugo engoliu em seco perante aquela tela viva, digna de ser retratada pelos maiores pintores de qualquer época.

- Meu Deus, como és linda! – murmurou, sem conseguir desviar os olhos dos dois bicos salientes rodeados por uma circunferência rosa escuro.

- Era assim que me imaginavas quando te tocavas a pensar no meu corpo?

- Não… mesmo nas minhas fantasias mais hardcore nunca imaginei que fosses tão perfeita.

Pareceu-lhe que ela corava ligeiramente.

- É só graxa! – respondeu ela com um sorriso.

- Neste momento acho que já não vou para Lisboa! É impossível ficar longe disso tudo agora que tive acesso ao paraíso!

Ela não conteve uma gargalhada, que lhe provocou um ligeiro balançar do peito

-És tão parvo! Isso é tudo para me conquistares!

- Posso tocar-lhes?

Ela fitou-o em silêncio. Depois respondeu.

- Nestes dias que faltam, até partires, eu vou querer que guardes memórias minhas, bem gravadas nessa tua cabeça. Hoje foi o primeiro momento dessas memórias. Não vais poder tocar-lhes. Não hoje, mas é possível que te deixe fazê-lo antes de ires para Lisboa.

Hugo sentiu uma sensação de desapontamento perante a impossibilidade de acariciar aquelas mamas tão sensuais. Joana percebeu.

- Vais ter de ser paciente. Quem sabe até onde a tua paciência te pode levar nos próximos dias!

Aquela promessa velada animou-o. Afinal de contas, ele tinha à sua frente, em topless, uma das mais desejadas raparigas da cidade da Guarda.

- Posso vestir o soutien?

- Espera… deixa-me ver-te por mais um bocado!...

Tinha uns seios fartos, e aqueles dois bicos pareciam implorar por uma boca que os chupasse. Hugo imaginava como seria colocar os seus lábios em volta deles e poder saboreá-los.

Ela manteve-se em frente dele durante mais algum tempo, deixando que ele se saciasse na visão da sua nudez. Depois agarrou o soutien e vestiu-o. Beijou-o nos lábios antes de vestir a blusa e sussurrou-lhe.

- Vou fazer tudo para que tenhas mesmo muitas saudades minhas!

Quando ela saiu, ele deixou-se ficar no sofá, processando o que acabara de acontecer. Estava num elevado grau de excitação, e a recordação daquele peito nu a exibir-se para ele impedia que a rigidez que se fazia sentir entre as suas pernas acalmasse.

Decidiu sair e desanuviar um pouco. Foi ao quarto, vestiu uns calções e uma t-shirt e preparou-se para uma corrida. Sempre iria dar para descarregar energia e, quem sabe, serenar um pouco. Na rua, o calor continuava a fazer-se sentir com alguma persistência naquele início de setembro. Num ritmo lento, percorreu a Rua do Comércio, onde vivia, e depois virou à esquerda, para o Largo João de Almeida e a Rua Tenente Valadim.

À medida que ia avançando, o ritmo foi-se tornando mais rápido. Gostava de correr pelas ruas da cidade, com as suas subidas e descidas íngremes, que o cansavam e derrotavam a excitação. Mas naquele dia, a imagem da Joana à sua frente, sem soutien, teimava em resistir ao cansaço e em permanecer bem presente.

Correu durante uma hora. Quando voltou a casa, a transpiração borrifava-lhe todo o corpo. Ansiava por um duche regenerador e dirigiu-se à casa de banho. Despiu-se e deixou que a água lhe envolvesse a pele. Imaginou como seria ter ali a Joana, nua, e de imediato o seu sexo despertou altivo. A mão direita agarrou-o e apertou-o. Decididamente, só acalmaria depois de se masturbar e resolveu não esperar mais. Os gestos da sua mão, deslizando para cima e para baixo em redor do rolo quente, tiveram um efeito quase imediato. Explodiu num orgasmo intenso enquanto a imagem dos seios da Joana surgia à sua frente, molhados pela água quente do duche que neles pousava e fazia nascer pequenos rios que escorriam pelas curvas daquele corpo que o atormentava.

Quando saiu do duche estava um pouco mais calmo. Dirigiu-se ao quarto e vestiu-se. Ao jantar, o tema de conversa foi a sua ida para a capital. Partiria para Lisboa no final da semana seguinte. Mentalmente, Hugo fez as contas ao tempo que faltava. Tinha nove dias pela frente. Nove dias para viver mais alguns momentos a sós com a Joana. Até onde estaria ela disposta a ir?

Depois do jantar foi para o seu quarto. Pegou no telemóvel e ligou para a Joana.

- Olá Hugo! Tudo bem? - ouviu do outro lado da linha.

- Sim… tudo bem.

- Então passaste um bom fim de tarde depois de eu ter vindo embora?

A pergunta pareceu-lhe carregada de segundos sentidos.

- Fui correr durante uma hora, para ver se acalmava.

Ouviu uma gargalhada do outro lado.

- Ficaste nervoso?

- Fiquei num grau de excitação que nem imaginas. A imagem das tuas mamas não me sai da cabeça!

- E a corrida resultou?

- Nem por isso! Fiquei cansado, mas os níveis de excitação não diminuíram!

- Ohh… não me digas que continuas assim! Tens de acalmar senão não vais dormir esta noite!

- Bom… não dava para continuar excitado daquela maneira o resto do dia!

Um silêncio indicou a Hugo que ela se mantinha na expetativa para que ele continuasse.

- Masturbei-me no duche a pensar em ti.

- Mas eu deixei-te assim tão animado?

- Nem imaginas… foi muito rápido, bastou fechar os olhos e reviver a tua imagem sem soutien à minha frente… Mas é melhor pararmos com este tema senão começo a ficar de novo animado!

- Acho que tens razão!

- Vamos amanhã à piscina? Sempre te vejo em biquíni!

- Pode ser. Vens-me buscar às dez?

- Ok! Beijos. Dorme bem…

- Tu também!

No dia seguinte, Hugo chegou a casa de Joana à hora marcada. Saíram os dois rumo à piscina, onde passaram toda a manhã. Tentavam saborear aqueles últimos dias juntos, antes da separação que iria mudar por completo a vida de ambos. Era quase uma da tarde quando ele a deixou de novo a porta de casa.

- Olha! – disse-lhe ela. – Hoje mais à tarde podíamos ir dar uma volta até à quinta dos meus tios. Que dizes?

- Pode ser! Estás preparada para uma boa caminhada? Ainda é longe!

- Claro que estou! Lá por ires para o curso de Ciências do Desporto não fiques a pensar que és o maior a andar e a correr!

- Também, se não aguentares eu levo-te ao colo!

Ela deu-lhe um encontrão no ombro.

- O que tu querias eu sei bem! Mas não vai ser preciso, é meia hora a andar num ritmo apressado, acho que aguento. Vem ter comigo aí pelas quatro.

- Ok. Agora vou almoçar que estou cheio de fome. Até logo.

Aproveitando que não havia ninguém por perto, despediram-se com um beijo rápido nos lábios e ele ficou a vê-la entrar em casa. Almoçou bem-disposto e entreteve-se a jogar online até perto da hora que combinara com ela. Vestiu uns calções e uma t-shirt e saiu de casa. Quando chegou a casa da Joana tocou à campainha. Segundos depois, a porta abriu-se. Ela surgiu sorridente e irradiando uma sensualidade que o fez soltar um “Uau”. Vestia uns calções brancos e curtos e uma t-shirt rosa, ambos bem justos ao corpo e que sublinhavam todas as suas curvas.

A quinta ficava já fora da cidade. Quando saíram da zona urbana, embrenharam-se num caminho de terra batida rodeado de pinheiros bravos e azinheiras. A sombra das árvores tornava o percurso menos difícil, apesar do cansaço por quase vinte minutos de corrida sob o sol quente.

- Então, aguentas-te? – provocou Hugo.

- Claro… não sei é se tu não tens de parar para descansar um bocado!

Ele olhou-a. A t-shirt justa molhada pela transpiração tornava-a ainda mais apetitosa. Ainda tinham mais uns dez minutos pela frente, mantendo o ritmo.  Hugo adorava correr assim, no meio da Natureza, sentindo os odores que a vegetação emanava. Ia ter saudades daqueles momentos, sobretudo com uma companhia tão entusiasmante.

Chegaram, enfim, ao portão de madeira que dava acesso à quinta. Hugo já ali estivera antes, mas nunca a sós com Joana. Ela puxou o trinco e empurrou o portão.

- Anda, vamos refrescar-nos!

Entraram e dirigiram-se à represa. O reflexo de duas laranjeiras preenchia o espelho de água adormecido pela tarde quente e serena.

Joana mergulhou as duas mãos na água provocando pequenas ondas que vaguearam por toda a superfície. Hugo observou-a enquanto ela lavava o rosto.

- Aahhh… sabe bem! Está fresquinha! Foi uma boa corrida!

- Foi! – respondeu Hugo olhando-a.

- Não te queres refrescar também?

Ele mergulhou as mãos na água fresca e passou-as pelo rosto. Joana sentou-se no muro da represa.

- Então, já sabes quando te vais embora para Lisboa?

- Já. De sábado a uma semana. Temos nove dias antes de partir.

Ela manteve-se em silêncio alguns segundos.

- Na verdade não… temos apenas hoje!...

Foi a vez de ele a olhar sem dizer nada durante algum tempo.

- Hoje? Porquê?

- Vou passar uns dias a Codesseiro, a casa da minha avó. Ela caiu e torceu um pé, custa-lhe muito a andar. A minha mãe hoje de manhã falou comigo e pediu-me para ficar lá nos próximos dias para a ajudar. Não sei se volto antes de tu ires para Lisboa…

A notícia deixou-o de rastos. Tinha contado com uns dias intensos com ela e, de repente, tudo mudava. Naquele momento percebeu que a relação supostamente descontraída que mantinham tinha, afinal, um significado um pouco mais intenso para ele.

Olhou-a e ela estendeu-lhe os braços. Ele aproximou-se e beijaram-se. Abraçaram-se sentindo que havia ali algo de muito forte. Ambos tinham dado conta que a despedida lhes revelara os sentimentos reais que os uniam.

Havia um silêncio absoluto à sua volta. O mundo parecia ter feito uma pausa e apenas eles faziam parte de um universo criado à sua medida. Enquanto a beijava, sentindo aqueles lábios macios contra os seus, e as suas línguas se tocavam explorando-se mutuamente, Hugo perdia o entusiasmo pela ida para Lisboa. Afastar-se de Joana provocava-lhe uma angústia que ele nunca imaginara poder sentir.

Ficaram assim, abraçados sem nada dizer. Ambos queriam beber aqueles momentos até à última gota, gravar na memória o cheiro um do outro, tornar eternos segundos que teimavam em fugir para sempre.

- Vem comigo! – sussurrou Joana.

Ele afastou-se e ela, num salto, pôs-se de pé e deu-lhe a mão.

Caminharam em direção a uma casa localizada ao fundo do terreno, rodeada de oliveiras e videiras.  Quando chegaram ao pé da porta, Joana aproximou-se de um vaso no chão com umas plantas meio ressequidas, levantou-o, e apanhou uma chave.

- O esconderijo perfeito!  - disse, enquanto se ria.

- Estou a ver!

Enfiou a chave na fechadura e abriu a porta. A casa era uma arrecadação onde se guardavam as alfaias agrícolas e outros materiais, bem como algum feno e produtos que tinha sido cultivados e colhidos – algumas batatas, alhos e cebolas. Entraram e ela fechou a porta.

A luz do exterior entrava por meia dúzia de telhas de vidro. Era uma luz ténue, que mantinha o espaço pintado de tons escuros. Ali estavam os dois, sozinhos e longe de todos. Ela tinha-o levado à quinta com algum motivo, pensou ele. Tinha sido a forma que escolhera para se despedirem.

- Sou virgem… - disparou Joana à queima-roupa.

Ele ficou sem saber o que responder. Afinal, ele também era virgem, embora lhe custasse admitir isso em frente a uma rapariga. Mas sem perceber muito bem como, ouviu a sua própria voz:

- Eu também…

Um sorriso rasgado iluminou o rosto de Joana. Nunca tinham falado abertamente sobre o assunto, porque a sua relação não lhes parecera suficientemente forte para debater temas desses.

E agora? – pensou ele. Como sair do impasse em que pareciam ter ficado. Viu que ela dava dois passos em frente. E, com movimentos lentos, puxou a t-shirt para cima, despindo-a. Sentiu o coração acelerar perante aquela visão. Pela sua memória passaram as imagens do dia anterior, em que pudera deslumbrar-se com aqueles dois seios nus. E agora, ela voltava a dar-lhe o privilégio de repetir a situação. Desapertou o soutien e libertou o peito, expondo-o ao seu olhar.

- Quero que te lembres de mim em Lisboa assim…

Puxou os calções para baixo, ficando apenas com uma cuequinha preta. Hugo sentiu o volume do seu pénis aumentar, tal como acontecera na véspera.

- És tão bonita! – disse ele num tom de voz rouco.

- Nunca nenhum rapaz me viu nua! Vais ser o primeiro…

As suas mãos dirigiram-se para o elástico das cuecas e, muito lentamente, fizeram-nas descer pelas coxas, revelando o triângulo de pelos encaracolados que lhe cobriam o sexo.

As cuecas deslizaram para os pés e ela apanhou-as, juntamente com os calções, colocando-as num banco de madeira. Ali estava, nua, esplendorosamente nua.

- Posso tocar-te? – perguntou ele ansioso.

- Podes, mas com uma condição! Eu tenho muita vontade de te ter dentro de mim. Se seguisse o que me apetece iria pedir-te para fazermos amor aqui. Mas não é isso que vai acontecer. Quero que sejas tu o meu primeiro homem, mas não agora. Talvez quando voltares de Lisboa, daqui por uns tempos… se ainda me quiseres.

- Se ainda te quiser? Claro que vou querer! Achas que eu me vou esquecer de ti? Tu és perfeita, esse teu corpo é perfeito… vou querer ser o primeiro sim…

- E eu? Vou ser a primeira para ti? Vais conseguir resistir aos encantos das meninas de Lisboa?

- Claro que vou! Eu gosto de ti! Muito…

Ela sorriu, embora lhe parecesse que era um sorriso de alguém não totalmente convencido. 

- Dá-me a tua mão! – pediu.

Hugo esticou o braço e ela agarrou-lhe a mão direita. Pousou-a sobre o seu seio. Hugo sentiu a macieza da pele acetinada e o bico duro, cujo relevo saliente revelava que não era apenas ele a estar excitado.

- Beija-o…

Ele engoliu em seco e inclinou-se. Os seus lábios tocaram o mamilo e a sua língua lambeu-o. Soube-lhe bem. Colou os lábios ao corpo dela e sugou-o.  Ela deixou que ele o degustasse durante algum tempo.

- Agora no outro!... – pediu-lhe

A boca dele obedeceu deslocando-se para o novo alvo. Como sabia bem aquele corpo! E como aquilo o excitava! O seu sexo parecia querer rebentar de desejo, um desejo tão intenso que era quase doloroso!

A sua boca começou a vaguear entre os dois seios, beijando e lambendo toda a superfície daquele colo luxuriante. Pareceu-lhe que a respiração dela se tornava mais ofegante e isso levou-o a aumentar a pressão dos seus lábios e a intensidade com que chupava os dois bicos espetados. Mas ela recuou e afastou-lhe o rosto do peito.

- Pára!... – pediu-lhe, num tom de voz não muito convincente.

- Porquê? Não estavas a gostar?

- Estava… o problema é esse… estava a gostar muito!...

Hugo percebeu que ela tinha decidido pôr termo aos beijos dele porque também estava a ficar excitada e tinha receio de perder o controlo.

- Eu disse-te que gostava que tu fosses o primeiro, mas ainda não é o momento. Temos de nos controlar. Quero que leves esta recordação minha, mas não quero levar isto até ao fim neste momento. Ainda não… Percebes?

- Sim, percebo.

- Queria que me visses nua, que ficasses com uma ideia de como é beijares o meu corpo. Como percebeste estou excitada, os teus beijos provocaram-me reações fortes. Estou a fazer um esforço enorme para não ceder à vontade que tenho que me fodas…

A linguagem dela surpreendeu-o. Não era habitual Joana usar aquele tipo de vocabulário, mas Hugo percebeu que tal se devia ao grau de excitação em que se encontrava.

- Olha-me! Quero ver-te a percorrer o meu corpo com os teus olhos.

Tudo aquilo estava a deixá-lo num estado de tesão como nunca conhecera antes. Ela sentou-se num fardo de palha e encostou-se para trás. Abriu as pernas e expôs a fenda entre as suas coxas que ele observou maravilhado.

- Gostas?

- Muito…

- Quero que sejas tu o primeiro a entrar em mim.

- Estás a deixar-me num estado lastimável!

- Estou?... Estás excitado?

- Muito…

- Mostra-me…

Ele ficou na dúvida sobre se tinha ouvido bem…

- O quê?

- Mostra-me! Quero ver os efeitos que consigo despertar em ti!

Hugo puxou para baixo os calções e os boxers, e o seu pénis saltou imponente, liberto da roupa que o prendera até então. Joana olhou-o fixamente.

- Está animado!

- Muito animado! Nem imaginas quanto! Acho que nunca esteve tão duro e excitado como está neste momento.

Ela levantou-se e aproximou-se dele. A sua mão esquerda tocou-lhe a ponta húmida.

- Está molhado… molhado e macio…

A carícia daquele dedo foi semelhante a uma descarga elétrica. Estava tão sensível que todo o seu corpo estremeceu. Ele ainda não acreditava que a Joana, desejada por muitos dos rapazes que a conheciam, estava ali, nua, a acariciar-lhe o pénis. Tudo lhe parecia um sonho.

A mão dela agarrou-lhe o membro duro e apertou-o.

- Está tão quente!

- Está em brasa… aliás eu estou em brasa! Aperta-o mais!

Ela obedeceu e pressionou aquele rolo duro.

- É estranho ter assim um sexo de um homem na mão…

- Estranho?

- Sim… estranho, mas agradável… - a mão deslizou para os testículos e apalpou-os. Hugo gemeu baixinho.

- Que foi? Magoei-te?

-Não… mas essa mão ainda vai provocar estragos fortes. Não vou aguentar muito tempo…

- Promete-me uma coisa.

- Diz!

- Promete que eu vou ser a primeira para ti! Promete que não te vais meter na cama de nenhuma lisboeta atrevida. Promete e eu prometo que das próximas vezes que vieres à Guarda terei sempre uma surpresa para ti!

- Uma surpresa?

- Sim!

Afastou-se dele soltando-lhe o rolo duro.

- Da próxima vez que vieres cá, avançamos um pouco em relação a hoje. Deixo que me toques entre as pernas, que me masturbes e me faças vir. E eu também te faço vir com as minhas mãos…

A visualização do que ele acabara de dizer deixou-o quase nos limites.

- Eu não vou trair-te! Mas…  como vais saber que não te estou a mentir?

- Não vou! Mas vou acreditar em ti. Por isso te pedi para me prometeres. Se me prometeres eu acredito em ti e basta que me digas! Simples…

- Prometo…

O rosto dela iluminou-se com um sorriso.

- E agora? Temos de voltar para casa! Consegues voltar nesse estado?

Hugo imaginou a tortura de fazer o percurso de volta assim. Estava a muito pouco de gozar, sentia isso. E o corpo dela continuava ali, nu à sua frente.

- Se tiver que ser…

- Ooohhh… até fico com pena! Como te disse, no nosso próximo encontro eu faço-te gozar. Mas hoje não.

- Então vou ter mesmo de voltar para a Guarda neste sofrimento!

 - Não…

Ele olhou-a desconcertado.

- Então?

- Bom… podes masturbar-te enquanto me vês. Eu fico nua para tu gozares a olhar-me. E eu sempre quis ver um homem assim… estou curiosa…

Ela estava a revelar toda uma faceta que ele desconhecia, mas que lhe agradava.

- Queres que eu me masturbe para tu veres?

- Sim!

A mão dele agarrou o pénis rígido. Ela sentou-se de novo no fardo de palha e abriu as pernas. Com as mãos afastou um pouco os lábios da vagina, revelando uma carne rosada e – pareceu-lhe – muito húmida.

Aquela visão foi a gota de água! Bastaram alguns movimentos da sua mão para cima e para baixo e o orgasmo explodiu com uma intensidade que lhe fez fraquejar as pernas. Alguns jatos brancos voaram, caindo no chão, outros escorreram pela pele da sua mão e ele não conseguiu evitar um gemido prolongado, que acompanhou a mais intensa explosão de prazer que alguma vez sentira.

Joana estava maravilhada com aquela reação à sua frente. Viu como ele quase parecia ter espasmos enquanto o esperma ia saindo em golfadas inicialmente poderosas, e depois cada vez mais fracas. Viu o esgar no rosto dele, acompanhado de um gemido que tornava audível todo o seu prazer. Era o primeiro homem que ela via explodir e sentiu-se poderosa, por ser capaz de despertar nele todas aquelas emoções…

- Foi bom? – perguntou-lhe.

- Bom? Foi maravilhoso! Nunca me tinha vindo assim…

Joana levantou-se do molho de feno. Sacudiu os pedaços que tinha ficado colados ao seu corpo nu e pegou na cuequinha. Vestiu-a, aproximou-se dele e beijaram-se de forma sôfrega. As mãos dele percorreram-lhe as costas nuas e pousaram no seu rabo, apalpando-o.

- Lembra-te que prometeste que não me vais mentir! Acredito em ti.

Vestiram-se e voltaram a casa. Caminharam lado a lado, em vez de correr. Conversaram sobre o futuro, abraçados. Por várias vezes interromperam a caminhada para uns beijos intensos e umas carícias ousadas. Ambos ansiavam pelo corpo um do outro, e Hugo já pensava no reencontro e no novo passo que ela se comprometera a dar. A ideia de ela o masturbar entusiasmava-o de tal forma que os calções se tornavam pouco eficazes em esconder a excitação que os seus pensamentos lhe provocavam.

Quando a deixou junto à porta de casa, despediram-se, reiterando todas as promessas feitas durante a tarde. Hugo voltou para casa e Joana subiu ao seu quarto. As suas coxas ardiam de desejo, depois de tudo o que acontecera. Lançou-se na cama e despiu os calções e a cuequinha. Com os dedos, procurou o clitóris e massajou-o em movimentos ritmados. Poucos segundos foram precisos para que o orgasmo a atingisse com uma intensidade desconhecida. Enfiou dois dedos no sexo, sentindo as contrações que pareciam querer engoli-los. Queria muito que, num futuro mais ou menos próximo, fosse o pénis de Hugo a ocupar o local onde os seus dedos se alojavam nesse momento. Mas queria entregar-se a ele quando tivesse a certeza de que aquela relação era suficientemente forte para sobreviver à distância que passaria a existir entre eles a partir daquele dia.

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